Estudo comprova pela primeira vez teoria de Einstein sobre buracos negros
- 24/05/2024
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Um estudo da Universidade de Oxford comprovou, pela primeira vez, que Albert Einstein estava certo quando dizia que existe uma área próxima de um buraco negro em que já não é mais possível evitar cair dentro dele. A chamada região de mergulho fica ao redor dos buracos negros e, nela, a matéria para de rodeá-los e é puxada para seu interior.
A pesquisa também observou que essa região exerce uma das forças gravitacionais mais fortes já identificadas na galáxia. As conclusões foram publicadas na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society neste mês e fazem parte de uma investigação mais ampla da universidade sobre os objetos cósmicos.
O estudo recém-publicado foca em buracos negros menores e mais próximos da Terra. Ele usou dados de raio X coletados pelos telescópios NuSTAR e NICER, da Agência Aeroespacial Americana (Nasa).
Ao contrário da teoria de Isaac Newton da gravidade, Einstein defendia que, ao chegar perto de um buraco negro, as partículas não conseguem mais orbitar em segurança em torno dele. Elas mergulham em direção ao seu centro em uma velocidade que se aproxima à da luz.
“Essa é a primeira visão de como o plasma, tirado da parte mais externa de uma estrela, tem a sua queda final no centro de um buraco negro, em um processo acontecendo em um sistema a dez anos-luz de distância”, afirma o pesquisador de Física da Universidade de Oxford que liderou o estudo, Andrew Mummery, em comunicado da instituição.
Ele ressalta que a teoria de Einstein já havia previsto a existência desse mergulho final. Mas o estudo demonstrou pela primeira vez esse processo. Astrofísicos têm tentado entender o que ocorre perto da superfície de um buraco negro. Para isso, estudam discos de material orbitando ao redor desses objetos.
Os cientistas debatiam até mesmo se a região de mergulho seria detectável. Para Mummery, o novo estudo representa um avanço ao permitir investigar essa área. O mergulho final das partículas, diz, mostra como a matéria responde à gravidade da forma mais forte possível.
Vídeo da Nasa
A Nasa, agência espacial americana, divulgou, no último dia 10, um vídeo produzido há oito anos que mostra a visualização de dois buracos negros se fundindo. A simulação está em câmera lenta e leva apenas 30 segundos para se desenrolar. Em velocidade real, o fenômeno duraria um terço de segundo.
A simulação foi inspirada pela primeira detecção de ondas gravitacionais, que ocorreu em 2015. Quando dois buracos negros se encontram, uma grande quantidade de energia é liberada na forma de jatos e o fenômeno perturba o espaço-tempo ao seu redor, emitindo as ondas gravitacionais pelo cosmos.
Nas imagens, as estruturas foram colocadas sobre estrelas, gás e poeira. É possível observar o campo gravitacional dos objetos se chocando e fundindo enquanto os dois giram um ao redor do outro. Ao fim, se tem um único buraco negro com uma massa 63 vezes maior que a do Sol, enquanto o equivalente a três massas solares foi convertida em energia espalhada pelo universo na forma de ondas gravitacionais.
O SUL