Até quando a onda de calor que atinge a Argentina seguirá afetando o Rio Grande do Sul

  • 05/02/2024
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Até quando a onda de calor que atinge a Argentina seguirá afetando o Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul continuará sentindo os efeitos da onda de calor que atinge a Argentina até o próximo sábado (10). Alguns municípios do oeste do Estado podem registrar temperatura superior a 40°C durante esta semana. Nas outras regiões, as máximas podem ficar entre 3°C e 5°C acima da média esperada para o mês de fevereiro.

— O que ocorre na Argentina é um sistema de alta pressão na atmosfera que não permite a formação de nuvens. Isso causa maior aquecimento da superfície, somado ao movimento descendente do ar, que também aumenta o calor — explica Henrique Repinaldo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPel). O fenômeno climático pode ser chamado de onda ou domo de calor.

Uma onda de calor é caracterizada por períodos de cinco dias – ou mais – de temperatura 5°C acima da média para o mês. É o que está acontecendo em alguns municípios da Fronteira Oeste e da Região Norte desde a semana passada. Uruguaiana e Quaraí, entre outras cidades da região, registraram as máximas mais altas do Estado e do Brasil no último final de semana, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No domingo (4), a temperatura mais alta registra nas cidades foi 39.4°C e 39.1°C, respectivamente.

A previsão é de que esse evento da Argentina, que pode ser considerada a primeira onda de calor do ano, continue influenciando o clima da região oeste do Rio Grande do Sul até sábado. Na quinta-feira (8), os termômetros deverão registrar máximas superiores aos 40°C em cidades como Uruguaiana e Santana do Livramento, na Fronteira Oeste.

As outras regiões do Estado sofrem com uma situação parecida, mas não tão intensa, conforme explica o meteorologista da Climatempo, Guilherme Alves Borges.

— Estamos considerando essas regiões em laranja (no mapa acima) como lugares com um pico de calor. Nesses casos, a temperatura não se eleva tanto quanto na onda de calor, fica entre 3°C e 5°C acima da média — pontua Borges. Segundo ele, há chances de os eventos climáticos durarem mais que o previsto, uma vez que a onda de calor está se movendo lentamente na Argentina.

Na semana passada, o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) da Argentina emitiu alertas de índices de temperatura extremos em 20 das 24 províncias do país. Na terça-feira (30), cidades das províncias de Formosa e La Rioja – no Norte – registraram temperatura máxima acima dos 40°C.

— Esses extremos de temperatura, como as ondas de calor, estão mais relacionados às mudanças climáticas pelas quais nosso planeta está passando. O El Niño potencializa ainda mais a alta da temperatura, mas não podemos colocar a culpa dessa onda de calor no colo desse fenômeno — defende Borges.

Gaúcha ZH


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